DEVANEIOS DE UM ALGUÉM
segunda-feira, 10 de abril de 2023
HEMATOMAS EMOCIONAIS
ELEFANTES NA CASA
Há quem diga que ansiedade é o excesso de futuro e depressão o excesso de passado. Além desses exemplos, são inúmeros os exemplos na literatura retratando a amargura dos idosos. Mas para evitar excessos de exemplos literários ou mitológicos, fiquemos com os devaneios desse alguém qualquer aqui. Parece ser mais comum encontrarmos crianças e adolescentes com o "riso frouxo" como dizem no popular. E tão comum quando, os que ironizam que basta começar a pagar o próprios boletos para, pouco a pouco, ver a vida perdendo a graça e risos mais espaçados. Pode ser que o pagamento de contas seja um dos motivos da redução das gargalhadas, mas talvez também seja uma lista pequena de memórias mais desafiadoras e por isso o riso ainda escape fácil.
O viver nos gera experiências e, consequentemente memórias. Algumas boas e outras não tão boas. Curiosamente as melhores memórias costumam ocupar menos espaço em nossas emoções do que as não tão boas. O impacto de uma desilusão pode comprometer relacionamentos futuros ao menor sinal de semelhança. Bastará qualquer aparente convergência de algum quadro da memória de desilusão, e pronto! Levantaremos nossos escudos para evitar qualquer impacto parecido. O nosso juízo de valor também poderá colocar um filtro sobre a moral do outro ainda que não tenhamos nenhuma história parecida. É bastante raro alguém procurar um parceiro como máximo de experiências íntimas para ser o seu parceiro como critério primordial. E não raro, quando o histórico existe, tornar-se um "elefante na sala" deste relacionamento.
Parece ser cada vez mas normal as pessoas declararem querer experiências múltiplas e variadas. Mas será mesmo? Devaneio sobre por observar que curiosamente, também parece cada vez mais frequente pessoas declararem desafios em acreditar nas pessoas. Será que conseguimos conviver com múltiplos elefantes? Qual será o tamanho dos elefantes que conseguimos desviar em nossas casas? Quantos poderiam ocupar cada "sala"?
segunda-feira, 29 de março de 2021
O Homem de Atenção
01- O Homem de Atenção quando comete um erro, diz: "Equivoquei-me", e aprende a lição;
O homem comum quando comete um erro, diz: "Não foi por minha culpa", e responsabiliza os outros por ele.
02- O Homem de Atenção sabe que o infortúnio é o melhor dos mestres;
O homem comum sente-se vítima diante dele.
03- O Homem de Atenção sabe que tudo o que lhe sucede é resultado de acontecimentos acidentais ou de seu modo de agir;
O homem comum crê na má sorte ou que "espíritos" estão contra ele.
04- O Homem de Atenção quanto mais trabalha, mais arranja tempo para cuidar de si
mesmo;
O homem comum está sempre muito ocupado e não tem tempo nem para os seus.
05- O Homem de Atenção enfrenta, um a um, todos os desafios;
O homem comum contorna-os, não se atrevendo, nem mesmo, a tentar enfrentá-los.
06- O Homem de Atenção dá a sua palavra e cumpre o que prometeu;
O homem comum faz promessas, não tenta cumpri-las, procurando apenas justificar-se.
07- O Homem de Atenção diz: "Sou bom, mas vou tentar ser ainda melhor";
O homem comum diz: "Não sou tão mau quanto os outros".
08- O Homem de Atenção escuta, compreende e responde;
O homem comum não espera a sua vez para falar.
09- O Homem de Atenção respeita os que sabem mais e tenta aprender com eles;
O homem comum resiste a aprender com quem sabe, fixando-se apenas em seus defeitos.
10- O Homem de Atenção sente-se também responsável pelo que há além de seu trabalho;
O homem comum diz: "Faço o meu trabalho e isso basta".
11- O Homem de Atenção está sempre procurando uma forma melhor de fazer o que tem que ser feito;
O homem comum diz: "Este é o modo como sempre faço, e não há outro".
12- O Homem de Atenção é parte da "solução";
O homem comum é parte do "problema".
Adaptado por Lauro de A. S. Raful recebido de Edgard David
Se
Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo em redor já perdeu e te culpa;
De crer em ti quando estão todos duvidando
E para esses, no entanto, achas uma desculpa;
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares;
E não parecer bom demais, nem pretensioso;
Se és capaz de pensar - sem que a isto só te atires,
De sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores;
Se encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires
Tratar da mesma forma a esses dois impostores;
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste,
E as coisas por que deste a vida estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te reste;
Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo que ganhaste em toda a tua vida,
E perder, e ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado, tornar ao ponto de partida;
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
E dar seja o que for que neles ainda existe,
E a persistir assim quando exausto, contudo
Resta a vontade em ti que te ordena: Persiste!
Se és capaz de entre a plebe não te corromperes,
E entre reis não perder a naturalidade,
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
Se a todos podes ser de alguma utilidade;
E se és capaz de dar segundo por segundo,
Ao minuto fatal, todo teu valor e brilho,
Tua é Terra com tudo que existe no mundo,
E - o que ainda é muito mais - És um Homem, meu filho !
Rudyard Kipling - Tradução: Guilherme de Almeida
quinta-feira, 2 de abril de 2015
FELIZES PARA SEMPRE NA TERRA DO NUNCA
Embora tenhamos sido apresentados ao conceito ilusório de "felizes para sempre" ainda bem pequenos, na maioria das vezes por nossos pais ou avós, não demora muito nem demanda tanta consciência até percebermos que a felicidade é episódica e que precisa ser assim. Se a felicidade fosse constante não precisaríamos buscá-la. Estaria tão abundante que talvez nem a perceberíamos.