Há quem diga que ansiedade é o excesso de futuro e depressão o excesso de passado. Além desses exemplos, são inúmeros os exemplos na literatura retratando a amargura dos idosos. Mas para evitar excessos de exemplos literários ou mitológicos, fiquemos com os devaneios desse alguém qualquer aqui. Parece ser mais comum encontrarmos crianças e adolescentes com o "riso frouxo" como dizem no popular. E tão comum quando, os que ironizam que basta começar a pagar o próprios boletos para, pouco a pouco, ver a vida perdendo a graça e risos mais espaçados. Pode ser que o pagamento de contas seja um dos motivos da redução das gargalhadas, mas talvez também seja uma lista pequena de memórias mais desafiadoras e por isso o riso ainda escape fácil.
O viver nos gera experiências e, consequentemente memórias. Algumas boas e outras não tão boas. Curiosamente as melhores memórias costumam ocupar menos espaço em nossas emoções do que as não tão boas. O impacto de uma desilusão pode comprometer relacionamentos futuros ao menor sinal de semelhança. Bastará qualquer aparente convergência de algum quadro da memória de desilusão, e pronto! Levantaremos nossos escudos para evitar qualquer impacto parecido. O nosso juízo de valor também poderá colocar um filtro sobre a moral do outro ainda que não tenhamos nenhuma história parecida. É bastante raro alguém procurar um parceiro como máximo de experiências íntimas para ser o seu parceiro como critério primordial. E não raro, quando o histórico existe, tornar-se um "elefante na sala" deste relacionamento.
Parece ser cada vez mas normal as pessoas declararem querer experiências múltiplas e variadas. Mas será mesmo? Devaneio sobre por observar que curiosamente, também parece cada vez mais frequente pessoas declararem desafios em acreditar nas pessoas. Será que conseguimos conviver com múltiplos elefantes? Qual será o tamanho dos elefantes que conseguimos desviar em nossas casas? Quantos poderiam ocupar cada "sala"?
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